A Jornada da Nossa História
-
INÍCIO DOS NEGÓCIOS
Começo do Século XX
1919: Aos 31 anos, João Moreira Salles, contabilista por formação, engajado no impulso que a produção de café propiciava à região, abriu a Casa Moreira Salles em Poços de Caldas. Era uma loja de comércio variado que estava localizada em uma região estratégica de conexão por trem, a qual se tornou destino frequente das elites e classes dirigentes, além de um rico centro de negócios.
-
ATIVIDADE BANCÁRIA E BRAZILIAN WARRANT
1924
O ponto inicial do grupo Moreira Salles foi quando João Moreira Salles inaugurou em sua loja uma seção bancária, por meio da qual representava diversos bancos privados e fazia pequenas operações de cobrança, saques e depósitos. O mecanismo de crédito para lavoura cafeeira, principal atividade econômica do país nos anos 20, era precário. Nas seções bancárias, os clientes depositavam seus ganhos, em geral provenientes do negócio do café, ou conseguiam os empréstimos e o crédito de que precisavam para tocar a lavoura, obtidos pelas seções junto aos representantes bancários. Na maioria das vezes, esses estabelecimentos originavam-se de casas de comércio renomadas do interior, com proprietários confiáveis e respeitados no local, como era o caso de João Moreira Salles, em Poços de Caldas. Era o início de um incipiente sistema bancário privado no país.
No mesmo ano, Moreira Salles tornou-se sócio da casa compradora de café Castro, Cardoso & Cia., passando-se a se chamar Castro, Salles & Cia. Como negociante de café situado num dos principais centros cafeeiros do país, era natural – praxe da época – que Moreira Salles prestasse determinados serviços financeiros a seus clientes. Se um agricultor o procurasse sem dinheiro em caixa, mas precisando comprar uma máquina agrícola ou outro insumo qualquer, o negociante faria a venda e receberia o pagamento quando a safra fosse colhida, acrescido de juros. Essa e outras operações viabilizavam a produção. Assim, logo surgiram as seções bancárias, absolutamente necessárias no interior do país. Correspondentes de grandes bancos particulares, ou do Banco do Brasil, eram os únicos meios de contato destes com os clientes locais. O financiamento passava dos grandes bancos da capital, na época sem agências no interior, para as seções bancárias que os representavam na transação.
Concomitantemente, E. Johnston e Brazillian Warrant (Companhia Inglesa com razão social brasileira denominada Companhia Agrícola Fazendas Paulistas), criadas a princípio para oferecerem armazéns aos produtores de café e adiantamentos garantidos por suas safras, realizou uma aquisição histórica: a compra da Fazendas do Cambuhy, situada na cidade de Matão no estado de São Paulo, com 57 mil hectares de área, cerca de 2,5 milhões de pés de café e 15 mil cabeças de gado. Nesse mesmo ano, foi considerada a maior fazenda de café do mundo, e na época o seu tamanho era quatro vezes o atual. A venda foi realizada por Nhonhô Magalhães, Dr. Carlos Leôncio de Magalhães, Bandeirante de Matão responsável pela formação das Fazendas do Cambuhy, em 4 de novembro de 1924, o qual recebeu um cheque de 20 mil contos de reis, o maior cheque até então pago na história do Brasil. A notícia foi comentada com destaque na impressa nacional e internacional, deixando o mundo perplexo ante ao gigantesco negócio.
-
EVOLUÇÃO DOS NEGÓCIOS E AQUISIÇÃO DA FAZENDAS DO CAMBUHY
ANOS ANTERIORES ATÉ A DÉCADA DE 50
Alguns anos depois, a seção bancária na Casa Moreira Salles se desmembraria da loja, transformando-se oficialmente na Casa Bancária Moreira Salles, depois no Banco Moreira Salles. Nesse período, João Moreira Salles passou a contar com a atuação do filho Walther Moreira Salles nos negócios da família. Um ponto importante da evolução dos negócios foi quando João, em uma grande mudança societária na empresa, em 1927, se junta a João Afonso Junqueira – membro da mais antiga família de Poços de Caldas, proprietária das terras nas quais foram descobertas as famosas águas medicinais da região. João Afonso mantém a sociedade até 1933, quando então cede sua parte a Walther Moreira Salles. Depois disso, a empresa passaria a ter como sócios exclusivamente pai e filho, e o bom entendimento entre ambos foi elemento essencial a sua prosperidade.
Aos 21 anos, Walther compreendeu que a parte mais dinâmica do negócio era justamente a casa bancária, uma instituição financeira cada vez mais sólida no cenário local. Os negócios ganharam grande impulso em parcerias com poderes públicos, principalmente durante os mandatos de Francisco de Paula Figueiredo entre 1931 e 1939. Sob o comando de Walther, o Grupo Moreira Salles estendeu suas atividades para além do setor financeiro e das fronteiras do Brasil, diversificando para diferentes atividades em associações com empresas e conglomerados internacionais.
Na década de 50, por meio de operação realizada na Bolsa de Londres, o Grupo Moreira Salles adquiriu a Brazilian Warrant e, com ela, a Fazendas do Cambuhy e a E. Johnston, bem como todas as demais companhias que pertenciam ao grupo inglês. Nesta época, a Fazendas do Cambuhy possuía 22.926,1 alqueires, 7 milhões de pés de café e teve papel fundamental na história do Banco Moreira Salles, quando San Tiago Dantas, então executivo do grupo, numa decisão arrojada, a loteou para capitalizar o banco. Nesse processo de capitalização, a Cambuhy teve sua área reduzida para 5.811,2 alqueires (14.063 hectares) e desde então segue uma política que concilia produção e conservação, protegendo e reflorestando os fragmentais de flora e áreas de preservação permanente. 4.660 hectares da Cambuhy são constituídos de florestas nativas e APP’s, mantidas até os dias atuais. Dessa forma, as áreas florestais da Cambuhy Agrícola são o maior remanescente florestal em terras particulares na região.
UM RESUMO DA HISTÓRIA DA FAZENDAS DO CAMBUHY
O nome Cambuhy tem origem antiga, derivado de “Sesmaria do Cambuhy”, proposto por uma medida agrária da época do império, em que os reis de Portugal cediam glebas de terra aos Sesmeiros. A légua de sesmaria representa 3.000 braças ou 6.600 metros lineares.
A grafia de Cambuhy com “h,” datada de 1770, é um resquício da ortografia portuguesa da época. Conhecemos Cambuhy sem “h”, fruto do cambuiseiro, planta silvestre brasileira parecida com a jabuticabeira, comumente encontrada na nossa região. Mas, certamente foi o nome da sesmaria que deu origem a Fazendas do Cambuhy, considerada a maior propriedade rural privada da época.
A Sesmaria do Cambuhy foi uma gleba de terra localizada entre os municípios de Matão, Araraquara e Tabatinga, com área original de 31.500 alqueires (76.230 hectares), que data de 1770, quando Pedro José Neto nela estabeleceu residência por algum tempo, em algum lugar da sesmaria. Em 1820, D. João VI, rei de Portugal, doou a Sesmaria do Cambuhy ao homem forte do seu exército no Brasil, o coronel Joaquim José de Morais Leme, o qual, por herança, a passou para o Conselheiro do Império, Dr. Bernardino Avelino de Gavião Peixoto. Esse último construiu uma usina hidrelétrica e formou algumas fazendas de café.
Em 1911, após 91 anos e descontadas as áreas vendidas, a família Gavião Peixoto vendeu o saldo de 23.312,93 alqueires à companhia Agrícola e Pastoril D’Oeste de São Paulo, de propriedade do Dr. Carlos Leôncio de Magalhães (apelidado Nhonhô Magalhães), que formou outras várias fazendas de café. Certa vez, Nhonhô Magalhães foi visitar os Estados Unidos, e quando voltou, decidiu batizar suas fazendas com nomes de estados norte-americanos visitados por ele. Até hoje essas localidades são conhecidas pelos nomes dos estados: Alabama, Niagara, Las Palmas, Flórida, Califórnia, Virgínia e Arizona. A propriedade era grande demais para ser administrada por uma pessoa só. Dessa forma, após 13 anos e algumas vendas de pequenas partes da fazenda, Nhonhô Magalhães vendeu em sua totalidade a Fazendas do Cambuhy para a companhia inglesa Brazilian Warrant.
Os ingleses, conhecidos por sua organização, dividiram a área em 23 fazendas, implantaram conceitos empresariais bem modernos para uma propriedade para a época, transformando o local em um verdadeiro complexo agrícola (produção de café em sua grande parte e produção de algodão). Em 1948, além do café, algodão e sua industrialização, a Fazendas do Cambuhy inaugurou, de forma pioneira, a citricultura no município de Matão e região, com implantação de 250 alqueires divididos entre 120.000 pés de laranja e 3.000 pés de limão. A plantação era irrigada por aspersão, tudo de acordo com o método racional. Esses pomares começaram a produzir, em 1952, uma novidade em meio a tantos cafezais. Essa iniciativa, arrojada para época, teve muito sucesso e despertou interesse pela citricultura em todo o interior paulista. Portanto, a Cambuhy pode ser considerada o ponto inicial da citricultura Paulista.
-
CAMBUHY AGRÍCOLA SOB GESTÃO DA FAMÍLIA MOREIRA SALLES
DECADAS DE 1950 A 1980
Após aquisição e nacionalização, a Cambuhy passou por quatro fases. A primeira foi a fazenda de café, uma continuação do projeto inglês. A segunda fase teve início na década de 70, quando devido à decadência do cultivo do café, a Cambuhy passou por uma mudança completa, em que praticamente todo café foi erradicado e substituído por pastos. Durante esse período, a Cambuhy dedicou-se à pecuária de cria e tinha 16 mil cabeças de gado nelore. No entanto, era uma atividade com baixa rentabilidade para época, o que levou à decisão de substituição dos pastos por pomares de laranja, marcando o início da terceira fase em 1978.
Em quatro anos, até meados de 1981, foram plantadas 400 mil árvores de laranja. A escolha da cultura foi natural, pois toda a região voltava-se para a produção de cítricos e as fábricas de suco já se instalavam nas proximidades. Em 1982, quando a Cambuhy possuía 8 mil hectares de pastos e 2 mil hectares de laranja, a administração lançou as diretrizes de um programa de trabalho, delineado em quatro anos de estudo, viagens e pesquisas. De 1983 a 1985, a Cambuhy contou com a liderança administrativa de Pedro Moreira Salles, que também atuou na elaboração do plano de trabalho. A partir do programa implementado em 1986, a Fazendas do Cambuhy foi renomeada para Cambuhy Empreendimentos Agropecuários Ltda e concebido um novo logotipo. No mesmo período, foi instalado um Conselho Consultivo na companhia, que por meio de um planejamento estratégico, norteou as atividades em busca de maior diversificação e produtividade da fazenda, consolidando assim a quarta fase.
-
DIVERSIFICAÇÃO DA CULTURA
DÉCADA DE 90 – “NOVOS TEMPOS”
O planejamento estratégico citado anteriormente, definia um novo mix de culturas para implantação na fazenda, constituído de laranja, borracha, café, gado e grãos. O mesmo planejamento também definia metas de plantio, produtividade, custo e receita, em diversas etapas a serem concluídas até 1993.
A laranja era uma vocação natural da região paulista, onde se concentram as principais fábricas de suco. A seringueira era cultura pioneira da época, uma novidade que a Cambuhy introduziu na região. O café representava uma volta às origens, e foi reintroduzido com expectativa que o mercado mundial ofereceria nichos de mercado livre, com demanda de café de alta qualidade.
Laranja, café e seringueira eram culturas perenes, de boa rentabilidade, as duas primeiras destinavam-se à exportação, assim como a soja. Já a borracha destinava-se ao mercado interno, num esforço de substituição de importações. A cultura de grãos oferecia rentabilidade inferior, por isso, estudava-se a possibilidade de substituí-la, o que ocorreu pouco tempo depois.
1992: o Grupo inicia a operação da Cambuhy MC Industrial, fábrica de suco de laranja concentrado para exportação, distribuindo seu produto para mais de 25 países que mantinha escritórios na Alemanha e Canadá, e na Ásia operava com a Mitsui & Co.
1998: o Grupo vende sua participação na Cambuhy M.C. para o Grupo Votorantim. Entretanto, ainda continua no negócio de produção de laranja.
A Cambuhy é altamente produtiva apoiada em investimentos tecnológicos, desenvolvimento de pesquisas e aprimoramento da mão de obra voltada para o campo, empregando, em meses de colheita, mais de 2.000 pessoas. A Cambuhy é grande produtora de laranja e látex.
-
Anos 2000, Tempos atuais
ANOS 2000 – “TEMPOS ATUAIS”
Café: devido ao custo de manutenção elevado, condições climáticas desfavoráveis da região e a baixa produtividade, a cultura do café foi erradicada em 2012.
Seringueira: devido à baixa rentabilidade e a alta demanda de mão de obra, em 2016 foi decidido substituir as áreas de seringueira por outra cultura.
Cana de açúcar: com a decisão de finalizar as operações do café e seringueira, em 2015 iniciou-se a busca por novas oportunidades de negócios/cultura que apresentasse boa aptidão com as características edafoclimáticas, aderência com a missão, visão e valores da empresa, sinergia com a cultura da laranja e baixo risco operacional, financeiro, fitossanitário e comercial. Com base nessas premissas, foi implementado o projeto da cana de açúcar na Cambuhy.
Soja: em 2021 com a finalização do primeiro ciclo de cana, a cultura da soja foi selecionada para compor o sistema de rotação de culturas nas áreas de reforma dos canaviais.
Atualmente a Cambuhy é referência em produtividade, sustentabilidade e tecnologia nas culturas de laranja, cana de açúcar e soja. Alta produtividade, aliada à qualidade e ao respeito às pessoas e ao meio ambiente, imperam na gestão da Cambuhy Agrícola. Além da transformação tecnológica que acontece em todos os setores, a Cambuhy investe na educação das famílias que moram na fazenda e em seu entorno, mantendo duas escolas em suas dependências, uma municipal e outra complementar. Estas, juntas, oferecem educação, incentivos à cultura, saúde mental e nutricional.
-
Inovar sempre
INOVAR SEMPRE
Acompanhar o ritmo exponencial das transformações culturais e tecnológicas sempre foi parte do nosso DNA. Agora, mais do que nunca, nosso time técnico está dedicado à integração de dados em tempo real, transmitidos do campo diretamente para nossa central de monitoramento. O objetivo é obter maior visibilidade das informações para tomada de decisões precisas e com maior índice de assertividade em busca de excelência na qualidade de produtos e maior produtividade.
Como Pensamos
-
NOSSA MISSÃO
Atuar no setor agrícola com alta produtividade, qualidade e rentabilidade, gerando valor através do respeito às pessoas e ao meio ambiente.
-
Visão
Ser referência de produtividade e rentabilidade agrícola através da excelência de gestão em seus fatores de produção.
-
Valores
• Ética
• Credibilidade
• Inovação tecnológica
• Respeito às pessoas
• Meritocracia
• Preservação do meio ambiente